Os alunos estudaram a leitura deste poema e foram ler para os colegas da escola... também ilustraram o poema.
Mar, metade da minha
alma é feito de maresia
Pois é pela mesma
inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor
da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me
satisfaz.
E é porque as tuas ondas
desfeitas pela areia
Mais fortes se levantam
outra vez,
Que após cada queda
caminho para a vida,
Por uma nova ilusão
entontecida.
E se vou dizendo aos
astros o meu mal
É porque também tu
revoltado e teatral
Fazes soar a tua dor
pelas alturas.
E se antes de tudo odeio
e fujo.
O que é impuro, profano
e sujo,
É só porque as tuas
ondas são puras.
Sophia
de Mello Breyner Andresen
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